segunda-feira, 2 de junho de 2014

FAKEBOOK

rosto & máscara
dançam arrasta pé

tudé válido
        falido
        soberbado

tudin fértil
         frege
         findo no momento da postagem
passagem só de ida pro esquecimento

instantaneamente
velho viscoso volúvel vulnerável

rosto & máscara
transam
alhos
com
      bugalhos

festa de fechar os olhos
flertar com restos pelas frestas.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Stairway to dead rainbow



dia todo dia.

céu o sol sua luz
anuncia;
descia.

fosse homem sem asas
fossem pés de árvores
se. estivesse. clareasse.
se. a si. o mermo.

dia todo dia
passa.

nuvem nos veem
ventos vêm tudos
lutos lentos pelo corpo
percorriam.

enquanto vivos corriam;
iam;
imãs de pássaros
gotham sitiada
ilhada
minha doce criança
escadas para o paraíso.

dia todo dia.

sempre
o mesmo tempo
seu núcleo
irradia.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Fora preso



nunca mais
preso fora.

livre pra onde quiser
porém pra dentro não –
o que quero
junto à minha mulher.

melhor raiva não ter –
coisas do coração
quem explica
os motivos da paixão?

preso fora de casa
fora de tudo
estranho ao espelho
de teus olhos
aqui do outro lado da porta
boca torta a segurar palavras
da mais alta tensão.

como preso fora?

sem grades
sem graça
sem ter pra onde ir:
liberdade extrema
a alguma parede
de ti.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Copa das manifestações


às ruas como às armas das câmeras ao face –
curtir, or not curtir that is the what?

a Copa nas ruas é o acontecimento religioso da raça.
porém há luta na terra de gols & fardas –
os colhões nas pontas das chuteiras e dos cassetetes,
vivas à pedagogia nascimento:
pede pra sair/traz o saco/põe na conta do blatter!

macunaíma tomado por uma consciência participante –
revolução caraíba pintada no matriarcado de Pindorama! –
vamos todos juntos
contra quaisquer preconceituosas catequeses
contra quaisquer bandeiras cujas cores enferrujaram
contra balbúrdias e fanatismos
contra pedras e perdas
contra contras de boutique boinas máscaras e cartazes em branco
selva à seleção.

o gigante acordou –
tabu em totem –
a nossa independência ainda não foi promulgada
antes de os políticos descobrirem o Brasil,
o Brasil tinha descoberto a felicidade;

bom selvagem
não picha
não destrói público patrimônio
vai a estádio e não vaia
senta-se em lugar numerado
ouve fossa nova há séculos
come pimenta pelos olhos em spray –
caboclos tentando ser ingleses –
manifesta
               mãos à festa
                                    manifestassalto
                                                            mãos ao alto
                                                                               micareta Pindorama!

só o FUTEBOL nos une(?)
socialmente.
economicamente.
filosoficamente.
a bola sem arcaísmos, sem erudição.
natural e neológica. como jogamos. como somos.

às ruas como às burocracias dos celulares ao face –
curtir, or not curtir this is not the issue!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

1982


dizem que o homem pisara à lua
Berlim eram duas
Figueiredo era o 30º Presidente do Brasil.

quando nasci,
nenhum anjo – torto ou não – se deu ao trabalho de.

quando nasci,
o Flamengo foi campeão brasileiro, no mesmo dia, à tarde.
bicampeão! gol do Nunes, 1 a 0 no Grêmio.
o Zico jogou e eu não o vi, porque acabara de nascer.

o que de mais importante há
na história de vida de um rubro-negro
que nascer no dia exato de um título daquele tamanho?

o mundo assim se resume
no ecoar dos sorrisos
que iluminaram 1982.

segunda-feira, 23 de abril de 2012