quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Alegria de ser rubro-negro!


Não adianta encherem minha paciência com essa história de time de desdentados, favelados etc: qual o problema? A maior torcida do mundo dá espaço para todos! Nos textos do Rubem Fonseca sempre há um ou outro personagem sem dentes; no Cão sem plumas do João Cabral, também. E daí? São menores? Quanto ao nosso ex-goleiro, pior ainda! Se um funcionário de um banco ou de uma empresa de comida rápida fosse acusado de matar alguém, será que as pessoas deixariam de freqüentar esses locais? Ignorância pensar que todo rubro-negro é bandido! Ou melhor: bandido-banguela! Acho que os adversários do Flamengo devem até reconhecer nossa generosidade ao permitirmos que todos – entenderam né: TODOS – os jogos comecem no 0x0! Pela nossa história, pela nossa raça, pela nossa camisa, pelas nossas cores, no mínimo 3x0 para nós! Juiz apitou, placar eletrônico: Mengão 3 x 0 outro! No mínimo!
Agora, sem brincadeiras: tenho orgulho de ser rubro-negro! Assistir aos jogos do Flamengo na casa da minha tia Terezinha Sônia sempre será uma alegria imensa, independentemente do resultado final; maneira mais gostosa de reunir a família não há. Minha noiva – meu grande amor – até que é cruzeiro, sabe por causa de quê: porque ganhou do Flamengo! Gosto de futebol, gosto de jogar bola, sou apaixonado pelo rubro-negro carioca, porém, sem as cretinices de brigar, colocar a vida na roleta-russa do “meu é melhor”; respeito os outros times, a grandeza dos outros clubes, suas histórias, conquistas, torcidas. Entretanto, Flamengo é Flamengo! É sofrido, é gol de canela, é falta aos 43 do segundo tempo, é a mesma desculpa alheia que envolve a idoneidade dos árbitros etc. Lamento pela situação atual do clube, por toda a incompetência vigente, pelos esqueletos apodrecendo sem se desfazerem nos armários, pelas acusações vazias, pelo Zico, pelo Andrade, por quem, como eu, é rubro-negro de pele, de família, de coração. Desde a chegada do Romário em 1995 que não tínhamos uma chance como a que defenestramos este ano. Perdemos a Taça Guanabara, que deveria ter sido prioridade máxima no ano, para o carnaval. Na Libertadores, a pressão pesou sobre os ombros combalidos dos deslumbrados campeões brasileiros. Daí para frente, todos já sabemos. Resta-nos torcermos para que o instinto vencedor de sir Luxa volte e possamos ganhar tudo no ano que vem.
Aos mal-amados que alegam que Flamengo é povão, o verso de Cazuza em Burguesia: “são caboclos tentando ser ingleses”.
Macunaíma, obrigado por essa praga chamada futebol!

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